Nova tarifa para táxi começa a valer a partir de hoje
SUL FLUMINENSE

A partir de hoje, os passageiros que utilizarem táxis terão que desembolsar um valor a mais para a corrida. Entra em vigor em 11 cidades da região a cobrança da Bandeira II durante 24 horas. A mudança da tarifa, que segue até o dia 1º de janeiro de 2012, só não valerá para os municípios que não contam com taxímetro.

Segundo informou o Sindicato dos Taxistas do Sul Fluminense, Gabriel Tomé, serão acrescidos R$ 0,35 no quilômetro rodado. Normalmente, segundo o sindicalista, durante o dia o quilômetro rodado custa R$ 2,15, e passará a R$ 2,50. “Os taxistas não têm quase direitos, como o 13º salário, por exemplo. Então, esta época do ano é o período em que a categoria tem a oportunidade de ganhar um dinheiro a mais. Não é nada grandioso, mas pode ajudar as famílias no fim de ano”, assegura o sindicalista.

Usuários de toda a região opinam sobre medida. Como sempre, alguns apoiam a medida e outros criticam. A estudante Manuela Alves Figueiredo, 21 anos, de Barra Mansa, é uma das que acha justa a mudança na tarifa. “Ando muito de táxi porque estudo e trabalhoem Volta Redondae, na maioria das vezes, quando chego aqui na rodoviária de Barra Mansa já é tarde, daí pego táxi para ir para casa. Mesmo assim sou a favor do aumento da tarifa, já que os taxistas não têm 13º salário”, opina a estudante.

O comerciário Ângelo de Oliveira Silva, 33 anos, não é a favor do aumento. Segundo ele, esse é o período em que os taxistas mais faturam, então não há necessidade de aumento. “De agora até início de janeiro, quando as pessoas só vivem com pressa, acabam optando pelo táxi. Por isso não há necessidade de aumento da tarifa. Sou contra, mesmo sabendo que os taxistas não têm 13º. Eles tiram essa diferença nas corridas que aumentam mais de 100%”, justifica.

RESENDE

Os 104 taxistas de Resende começam a circular também o dia inteiro cobrando nova tarifa. Segundo o superintendente de Transporte e Trânsito do município, Roque Cerqueira, o aumento tarifário no mês de dezembro já é automático e aprovado por lei. “Já é lei que os taxistas tenham seu 13º salário, assim como todos os outros trabalhadores”, informa o superintendente, acrescentando que o aumento é de 20% em cima da Bandeira I.

A bandeirada, taxa mínima de partida a ser paga ao entrar no táxi, é de R$ 4,94. Nos demais meses do ano a Bandeira II só é cobrada no período da zero hora às 6 horas, em dias úteis.

Para os taxistas, a utilização da Bandeira II neste período ajuda a equilibrar o orçamento. “É uma forma de termos nosso 13ª salário no mês de dezembro garantido”, avalia o taxista Luís Alves de Oliveira, 65 anos. “A Bandeira II não altera muito uma corrida. Se na Bandeira I uma corrida fica em R$ 10, na II ela passa para R$ 10,80”, comenta outro taxista, Nelson Pereira, 54 anos, salientando que na Bandeira II a virada do taxímetro é feita de 100 em 100 metros, ao contrário da Bandeira I, feita em 200 metros.

Nas ruas as pessoas divergem opiniões sobre a cobrança da Bandeira II no mês de dezembro. “Para mim, a cobrança durante todo o dia da Bandeira II no mês de dezembro é errada, porque o custo fica mais alto para nos passageiros. Tudo bem que a gente recebe 13º, mas o dinheiro já é comprometido para pagar as contas, a ceia de Natal e Ano novo, além dos presentes para a família”, dispara o aposentado Alcides Ferreira, 76 anos.

O contador José Diniz, 57 anos, acha que a cobrança da Bandeira II é justa. “Aprovo a cobrança porque os taxistas não têm renda fixa, e essa é uma maneira de garantir o 13º no fim do ano. Outra coisa: quem acha injusta a Bandeira II, é só não utilizar o táxi e ir de ônibus”, opina o contador.

VOLTA REDONDA

Nas ruas de Volta Redonda não é diferente. Os passageiros se dividem na opinião sobre o aumento. Enquanto uns são sensíveis quanto à situação dos taxistas, outros não perdem a oportunidade de reclamar. É o caso da dona de casa Maria Célia Soares, moradora do bairro Retiro. “Nada contra os taxistas, mas nós também temos nossos gastos, e esse acréscimo é complicado, pois ajudamos eles e acabamos nos se prejudicando. Sem contar que o valor dos táxis não está para brincadeira não”, reclama a mulher.

Mais moderado, o aposentado José Sebastião Ferreira da Silva, de 63 anos, acha mais do que justa a cobrança. “São chefes de família que trabalham diariamente para sustentar suas casas e não têm nenhum benefício. Trabalham de madrugada, nos feriados, finais de semana e tudo mais. Sem contar o perigo que correm nas ruas. Temos que valorizar essa profissão. Sou a favor sim e pago com satisfação”, afirma Silva.

Postado dia : 01/12/2011 (Hoje)